sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A bailarina (Texto Erótico)

Bailava nua em cima do palco. As luzes incendiavam seu corpo nu, destacando-lhe os traços mais quentes. Cegava-a também. Morena, dançava com os seus pés cálidos ao som de gritos... e vaias. É assim que vemos pela primeira vez nossa personagem.
O cheiro de cerveja quente que embriaga casa-se com o fedor que nos dá asco dos cigarros baratos. Ar carregado de gente podre marginalizada nas ruas de um bairro sem nome. É aqui que ela dança num palco imundo de baba, gozo e grana.
Nos primeiros movimentos, como os de uma bailarina, usa uma maquiagem de quinta na cara e púrpura no corpo. Lingerie preta com meias 3x4 que suam com o movimento quente de suas coxas roçando a libido de sua voraz sensualidade embevecida com vodka e perfume madeira xampu, e se perde, rasga e borra com seus atos.
Música alta ensurdecedora. Um odor de sexo, do seu sexo, que enlouquece homens e mulheres. Era o balé entorpecido de movimentos cálidos que lhe arrepiavam os poucos pêlos de sua tez castanha da qual os porcos não sentiam... – pensava.
Sabia que eles não eram capazes de se comover com o alento do instante. E esboçava um sorriso sarcástico, sincero e insano de seus dentes tortos, um tanto podres. A luz apaga. Tudo agora é barulho. Não posso dizer mais nada sobre ela.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Grito à tempestade

Vou sorrir do fundo da escuridão
Quem sabe, cair em tuas mãos
Quem sabe voar?

Vou chorar até não caber mais em mim
Até não haver mais um fim
Pra não mais chorar.

Eu quero é viajar,
deitada no chão do barco,
sem ver o que vem de lá,
mas balançando à dança do mar...

Eu quero é navegar
Minha força é minha promessa
Eu quero é ousar seguir...

Nenhum trovão vai abafar
a fé que arde em mim!