segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Desde o primeiro instante

E eis que eu, a casas, quadras, bairros de distância, esbarro em ti.
Como o distraído passante da rua que, tão alheio do chão, esbarra na lua...
Como o amante de livros que, do outro lado da vitrine, esbarra em seu favorito...
Como a cantora desconhecida no bar que esbarra, surpresa, em alguém a cantar...
Esbarrar assim, de longe? Que bobagem! Que fantasia!
Mas assim esbarrei em ti... Porque algo em mim deteve-se ali, em tua imagem, em tuas palavras.
 E quando algo nosso se detém no outro, seja o outro a lua, um livro, um homem no bar, não há gravidade, vitrine, nem mesmo desesperança que façam do que se fez perto, distante.
E você, amor, fez-se perto, desde o primeiro instante.

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