quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Repousa.

Repousa, menina, teus olhos em mim... Repousa teus olhos, menina em mim.



Repousa, menina, em teus trajes de moça.
Repousa e sonha que o céu pousou na terra.
E a terra pensou que o mundo era livre...
Mas o céu acordou e teve medo:
O mundo era triste.
O céu chorou... E assim tudo foi chuva.
A chuva lavou os olhos dos homens
E levou os sonhos das meninas...
Acorda, menina, ensopada em teus trajes de moça.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A Fábrica


   Ouvia-se o grito de um galo velho.  Ainda era noite, mas algumas casas já incendiavam luzes, vapor  pela chaminé. Os filhos do homem pobre desde já saiam de suas casas e tomavam  as  ruas. Eram homens imberbes, mulheres e crianças que marchavam como um exército pra fábrica.
   O barulho  das  máquinas era infernal. O calor era insuportável. O Fordismo tirava do homem a capacidade de ser um bicho e o transformava em uma máquina suja de fuligem.
   Os acidentes eram comuns, monótonos. Dedos e braços eram decepados friamente pelo progresso, pelo lucro. Os mortos eram jogados ao lado para que não atrapalhassem a produção. Capatazes eram pagos para que os operários não parassem. Mulheres foram estupradas para que não perdessem o emprego. Mães eram forçadas a abandonar seus filhos cinco dias após o parto. (E o que valiam  esses  filhos do homem pobre?) (Quanto valia o progresso?)
   Depois de algum tempo surgiram os primeiros Ludistas, que incendiavam fábricas e danificavam as máquinas. Mas ficou óbvio que isso não pararia as engrenagens do capitalismo. Ela estava cada vez mais faminta por lucros.
   Surgiram então os primeiros sindicatos, que deram origem as greves. Então, as fábricas pararam por um tempo. Então, os homens foram ouvidos. Os filhos do homem pobre.
   Os cartistas mostraram que a verdadeira engrenagem das fábricas eram feitas de veias que pulsavam sangue, e não óleo diesel. Mostraram que operários também podiam sonhar com o progresso.
   E governo o que fez nessa historinha? Bom, continuou fazendo o que sempre fazia. Mandou matar e prender os subversivos que atrapalhavam o progresso ( Que progresso?!).
   E todos os dias voltaram a ser iguais. O grito de um galo velho. O Vapor na chaminé. Os filhos do homem pobre marchando pra fábrica.

... mas não podia durar pra sempre!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Vem!

Vem!
Vem com teu lençol.
Vem nua com teus sonhos mais bonitos.
Que hoje eu me vesti pra ti, amor.
Eu me vesti com as roupas mais bonitas.
E as saudades mais sinceras...

sábado, 11 de dezembro de 2010

Conjecturas

Não importa quantas vezes a vida nos prove que ela é imprevisível... Nós sempre tentamos prevê-la! Dessa mania nasceu “Conjecturas”...

Talvez seja brusco, repentino feito um beijo roubado... Que quando a gente lembra, parece durar mil anos... Ou até mais.
Talvez seja tranquilo, seja em paz, feito um sono sem sonho, feito a voz da mãe dizendo que ficará tudo bem... E se ela diz, ficará tudo bem.
Talvez seja ardido e selvagem como o coração de um apaixonado... Ou quem sabe seja curto e seco como um “nunca mais”.
Quem sabe seja doce como um “eu te amo” fluindo dos lábios de quem se ama...
Ou talvez seja amargo e sofrido... Como um silêncio gritante separando dois velhos amigos.
Pode ser eterno enquanto houver memória... Pode ser real enquanto a gente acreditar.
Pode ser que nem seja... E assim seja o fim...
Enfim.

Espero do futuro o que me trouxe o passado: o inesperado.




Foto de Ludmila Monteiro

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Trazes...

Trazes a mão agarrada à minha.
Teus sonhos esboçados num sorriso.
Teu cheiro a embriagar a pele.

Tu traz a paz que, para mim, é merecida.
A alegria travestida em euforia.
O pão pra alimentar a fome.

O céu encoberto de estrelas.
Teu coração coberto de ensejo.
Os lábios cobertos de mel.

Trazes amor, 
o teu amor,
para aquecer a alma.

Oh, essa alma é minha.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Lágrima

   Ela chorava. Quis ele dizer que amava, mas não disse. Por que ela sempre chorava quando ele tentava ser sincero? – não sabia.
   Ficava triste com tudo aquilo. Jamais gostava de vê-la chorando e se esforçava pra isso. Quem sabe, talvez, fosse por isso que muitas vezes escondia o que sentia e por isso muitas vezes nada dizia. Talvez.
   Sentia a dor que ela carregava em seus olhos. Seu coração palpitava em dor por vê-la assim. Sofria com ela. Mas o que podia fazer? Ser sincero a machucava. Esconder o que sentia também. Só queria fazê-la feliz. Só queria fazê-la feliz. Mas uma escolha ou outra sempre a magoavam.  Culpava-se por fazê-la tão infeliz.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Ser ou não ser - eis a questão. Reflexão de Hamlet

Transcrição da fala da personagem Hamlet em obra de mesmo nome. Autor, William Shakespeare. Ato III, Cena I. Tradução: Millôr Fernandes:

"Hamlet: Ser ou não ser - eis a questão.
Será mais nobre sofrer na alma
Pedradas e flechadas do destino feroz
Ou pegar em armas contra o mar de angústias -
E combatendo-o, dar-lhe fim? Morrer, dormir;
Só isso. E com o sono - dizem - extinguir
Dores do coração e as mil mazelas naturais
A que a carne é sujeita; eis uma consumação
Ardentemente desejável. Morrer - dormir -
Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo!
Os sonhos que hão de vir no sono da morte
Quando tivermos escapado ao tumulto vital
Nos obrigam a hesitar: e é essa reflexão
Que dá à desventura uma vida tão longa.
Pois quem suportaria o açoite e os insultos do mundo,
A afronta do opressor, o desdém do orgulhoso,
As pontadas do amor humilhado, as delongas da lei,
A prepontência do mando, e o achincalhe
Que o mérito paciente recebe dos inúteis,
Podendo, ele próprio, encontrar seu repouso
Com um simples punhal? Quem aguentaria fardos,
Gemendo e suando numa vida servil,
Senão porque o terror de alguma coisa após a morte -
O país não descoberto, de cujos confins
Jamais voltou nenhum viajante - nos confunde a vontade,
Nos faz preferir e suportar os males que já temos,
A fugirmos pra outros que desconhecemos?
E assim a reflexão faz todos nós covardes.
E assim o matiz natural da decisão
Se transforma no doentio pálido do pensamento.
E empreitadas de vigor e coragem,
Refletidas demais, saem de seu caminho,
Perdem o nome de ação (...)"

(Obra de Delacroix - 1798-1863 - Hamlet e Horácio no cemitério; Paris, Louvre)


Link da cena: http://www.youtube.com/watch?v=NzfkYW_UbfA

Mini-série da Globo "Som e Fúria", ano 2009. Personagens: Felipe Camargo (Dante Viana), Daniel de Oliveira (Jaques Maia) e Maria Flor (Kátia) - personagens principais desta cena - entre outros...

sábado, 27 de novembro de 2010

Nesse ano...


Senti na pele, senti no peito que um beijo pode encerrar em si toda a força e a doçura de um sonho... E que um instante pode encerrar a espera de uma vida.

sábado, 13 de novembro de 2010

anedota de uma paixão


  Havia se entregado a uma paixão voraz. Dessas que consomem. Uma paixão que lhe marcaria para sempre como amante, no emprego idílico e correto da palavra.
  Era um moço que mal conhecera o mundo e, no entanto, descobrira um de seus presentes mais intensos: a paixão – que não lhe seria um bálsamo.
  Ela surgira de repente entrecortada naquele mar de gente embriagada por suas vidas, sonhos e compromissos. Parecia ser a única que, entre eles, sabia para onde iria e o que queria fazer. Tinha os cabelos esvoaçantes que lhe cobriam parte da face, fazendo-lhe assim, uma deusa amazona estranha em suas vestes, deusa de sua paixão.
  E assim, do mesmo modo como surgira de repente, também se fora. Sumira levando consigo a alegria do acaso, a paz roubada, o coração do jovem. Carregara consigo qualquer sinal de que existia ao fazer existir o que não existia até então: o amor. Abandonara-lhe. Abandonara-lhe um homem.

Frenesi


Tua pele incendeia a minha.
Teus beijos também.
Eu me entrego a paixão dessa estação e sigo...
Louco, enamorado, apaixonado
por teu seio, paz e sensibilidade.

Quero me atirar à paz fragrante da tua carne.
E me enroscar no perfume dos teus dias.
Fenecer nas rugas compostas pela decomposição das décadas.
Quero viver de amor.
Quero queimar amor.

Quero me perder no frenesi mais sincero
Como um todo tolo só:
Eu e você.
Eu e você.
Eu e você.
 

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Chama


  Olhava absorto para o objeto. Era certo que os seus olhos estavam ali... mas seus pensamentos não. Em silêncio, apenas observava o objeto: o pôr-do-sol, não mais que isso. 
  Nenhum fruto brotava de sua carne, nenhum filho paria de seus gestos, nenhum verso nascia da sua boca: nem vida. A ponto de não demonstrar qualquer paixão pelo sol que partia em crepusculo, num movimento de cores amarelas, vermelhas, laranjas.
   Uma canção de amor tocou-lhe os ouvidos e dele queimou o peito num dia quente que lhe queimara a pele. Estava sentado de joelhos sob uma velha arvore de folhas secas, despida pelo tempo. Um tempo que fora breve. Um piscar de olhos.
  Os balaios embalados em seus lábios mudos, nos seus olhos sérios, nos cabelos enxutos nada diziam...  

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Preciso

"Precisava" dizer: estava reparando em quantas vezes uso o verbo "precisar" enquanto falo... Uso sempre! kkkk Fiquei pensando se era só mania ou se tinha algum motivo oculto e creio que existe um motivo. Não consigo encarar a vida sem acreditar que ela tenha qualquer coisa de urgente. A confissão é urgente, as sensações são urgentes... Até o post é urgente!
Sendo assim, acredito que tudo que traz felicidade (não só a si mesmo, mas também aos outros) torna-se preciso. Se entregar é preciso! Dizer "eu te amo" (quer com palavras, quer com ações) é preciso! Fazer alguém sorrir, nem que seja falando bobagem, nem que seja você mesmo, é preciso.

Porque viver é preciso... E a vida urge!

Trecho do discurso de Mônica

Este post, de certa forma, retoma o assunto abordado no outro post "Tudo que se precisa ouvir". Afinal os conselhos de Mônica que vou reproduzir aqui foram de fato tudo que precisava ouvir.
Mônica é uma amiga-mãe. E como toda mãe, ela é especialista em falar "tudo que se precisa ouvir". Mônica me deu conselhos que extrapolam o assunto do qual falávamos e servem para a vida como um todo. Para mim, as palavras delas são belíssimas, não só pelo seu conteúdo em si, mas porque refletem tanto a sabedoria, quanto o grande coração que ela tem...

"Tua alma quer viver plenamente isso... viva! Se doe, canse de dizer te amo à ele,aos outros, à ti mesma! Aprenda a se domar,a se testar, a encarar a força de certos sentimentos! É bom, é uma bênção, é tudo que te faz e fará bem!" (Mônica de Goés, a teacher)

Espero que estas palavras possam alcançar outras pessoas. Sem dúvida me alcançaram bem fundo :D

Tudo que se precisa ouvir.

Algumas vezes tudo que você precisa ouvir é uma crítica – para acordar, para olhar para si mesmo e mudar. Outras vezes tudo que você precisa ouvir é um “eu te amo” ou quem sabe um “eu estou com você” – para saber que, seja lá que caminho você decida seguir, terá alguém ao teu lado.
Muitas vezes tudo que você precisa escutar é o silêncio. E há também aquelas vez em que tudo que você precisa ouvir... É uma música.
Essa última opção ocorre comigo frequentemente. Em muitos momentos o que fala com mais força ao meu coração é a singeleza de uma melodia, a intensidade de uma letra. Resolvi postar aqui a tradução de uma letra que foi, em um certo momento, tudo que eu precisava ouvir. E volta e meia a escuto de novo para me lembrar que cabe a mim mesma fazer do meu dia um “dia especial”. Quem sabe ela também possa falar ao coração de alguém que leia este post... Ficaria feliz se isso acontecesse.
A composição do original “Día Especial” é da colombiana Shakira e a tradução foi feita livremente por mim (portanto qualquer equívoco na tradução é minha responsabilidade kk!):

Dia Especial

Já não sei se é muito tarde para você
Quero desafiar a comodidade – Não, não serve mais fingir!
Eu não sei quão efêmero foi teu erro... Já te perdoei antes das agulhas do relógio.

Minha lágrima secou,
o temporal se afastou...
Pulsando como o sol, meu coração não tem idade... Para te esperar.

Este é um dia especial e quero acreditar em outra oportunidade.
Demos um salto mortal... E hoje volto a ver um farol na escuridão.

Já não estou tão confusa quanto antes... Só a ilusão traz desilusão (e é tão fácil de cair!)

O mundo em que eu acreditei – o eterno e o fugaz – prefiro dar-lhe fim, ainda que me esconda a verdade... Mais vulnerável.

Este é um dia especial e quero acreditar em outra oportunidade.
Demos um salto mortal... E hoje volto a ver um farol na escuridão.

Pulsando como o sol, meu coração não tem idade...

Este é um dia especial e quero acreditar em outra oportunidade.
Demos um salto mortal... E hoje volto a ver um farol na escuridão.

domingo, 31 de outubro de 2010

Um convite, um anseio


Deixe que minhas mãos te guiem como teu sorriso me guiou desde o primeiro instante.

Deixe que a canção nos leve - leves como todo apaixonado!

Deixe que meu olhar encontre no teu a força que precisa...

Eu deixo entregue em tuas mãos, pousado num verso, o meu coração!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Amamo-nos

Sei que me ama como sempre amastes...
Como se nunca tivéssemos definido, envelhecidos ou o tempo passado.
Sei que me amas como se nunca tivesse amado*, antes.
E contudo, tens me amado sempre.
Como se sempre tivesse amado...

Sei que te amo como amo o nosso amor...
Com a intensidade da poesia cantada de Vinícius.
Suave como um poema qualquer.
Mas não de um poeta qualquer...
Mas do poeta que ama! que ama a sua dama.

Sei que te amo como tu me amas!
E tu me amas como eu te amo!
E nos amamos como sempre amamos!
Amamos... amamos... amamos...

Amamo-nos!

*Sim, eu realmente quis escrever "amado". ;)

Declaração


Nos declaramos em beijos prum céu aberto...
Nos prometemos por sermos moço e moça que éramos...

E vivemos... como se nunca tivessemos existido 

antes do conhecimento do outro...
Fingindo que não poderíamos mais existir depois...


sábado, 16 de outubro de 2010

A paixão

Incendiastes as colheitas mais secas.
Os corações mais duros.
Os homens mais brutos.

Incendiastes as namoradeiras.
As sextas-feiras.
As noites sem lua.

Enamorastes os derradeiros.
Os verdadeiros.
As musas.

E nos encantastes com as incertezas.
Com as sereias.
E com a vida.


Mãe:



Aquela que vive em tudo que sou, em cada nuance que tenho... E em tudo que ainda serei.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Nosso!




Tão próximos que o sorriso em teu rosto é um tanto meu...
Tão próximos que a batida em meu peito é parte tua...
Tão próximos que nossos anseios se confundem... (Ou se fundem!)
Tão próximos que este poema não é meu... Ele é tão teu... Que é nosso!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Cantiga de tentar aquietar corações


Não chora, criança,
que a noite que cai
se levanta... Todo dia!

Não chora, menina,
me mostra o sorriso mais lindo
da jóia mais linda...

Não chora, meu amor,
permita que o tempo te mostre
a beleza da vida!

domingo, 3 de outubro de 2010

A fronteira existe
Ou é só uma invenção:
Entre a paz e o perigo,
entre o louco e o homem são?

sábado, 2 de outubro de 2010



Chorando um tanto de alegria,
um tanto de tristeza,
já nem sei...
Ou melhor: sei até demais
Sei que teus gestos me desarmam
E se me encaras...
Nem sei mais!

O que ensina a Lua.


A Lua na corte da noite
Faz quem a admira, distante,
Lembrar que o brilho não surge sozinho...
Ele nasce dos outros,
vem de quem nos ilumina.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Vai entender!

Celebram a fraqueza de quem bate... E chamam de força. (?)
Celebram a falta de argumento de quem grita... E aplaudem o discurso. (?)
Celebram o sofrimento alheio... E até acham graça. (?)
Celebram a canalhice... E até acham sexy. (?)
Celebram uma aparência que a maioria absoluta... Não possui. (?)
Celebram o desrespeito à diversidade... Em nome da decência. (?)
Celebram o “amor ao próximo”... Desde que o próximo partilhe da mesma crença. (?)
Celebram o julgamento de cada erro cometido... Menos os próprios erros. Esses merecem ser perdoados. (?)
Celebram a falta de criatividade... E brindam com dinheiro. (?)
Celebram a humilhação pública... Desde que se escape de ser o alvo. (?)
Celebram a covardia como se ela não fosse a alternativa mais fácil.
Enfim... Vai entender!

Pensando em ir, pensando em voltar,
pensando em hoje e nunca mais.
Pensando em Deus, pensando em pecar,
pensando até onde será que o perdão vai...
Pensando em chorar até cansar,
pensando em sorrir até esquecer.
Pensando em cair, no sono ou no abismo,
E tentar se encontrar, e tentar se perder...

Medidas

Em nossas pupilas de orgulhoso bicho-homem, cabe um olhar mais humano.
E em nossas bocas, um sorriso gentil para quem encontramos. Para que desperdiçar a vida com o riso - inútil - de troça?
Em nossas mãos que, em tantas oportunidades, mantemos fechadas, cabe a coragem de abrí-las... E estendê-las a quem passa!
Nas nossas cabeças, sempre tão cheias de julgamentos, há também espaço para a vontade de mudar - começando por nós mesmos.
E em nossos pés, praticamente imóveis, cabe a força para ir mais além... E tentar. Pelo menos tentar!

Um pouco de Orgulho e Preconceito

Estava relendo esta noite o que acredito ser o livro que mais repetidas vezes li: Orgulho e Preconceito de Jane Austen. E ao longo da leitura, encontrei várias passagens que me marcaram tanto que até já anotei numa folha separada para ler e refletir de vez em quando. Mas lendo hoje, o que mais me chamou a atenção em toda a obra foi uma frase da protagonista, Elizabeth Beneth, que se encaixa de forma irônica e triste em algumas situações com as quais tenho me deparado, notícias que enchem os jornais e nossos olhos:

"O mundo, em geral, é suficientemente sensato para se unir no escárnio"

Escrito há mais de dois séculos...
E terrivelmente atual.

Tudo que há de belo


Que seja franco o sorriso!
Que seja forte o abraço!
Que seja eterno o instante
E que os laços não se desfaçam

Que o aperto seja de saudade!
Que a saudade arda, mas não mate!
Que a saudade só aumente o que se sente
E alimente a vontade de ser e estar – junto

Que os sentimentos transbordem
Que os corações se entreguem
Que as confissões saltem da alma
E espalhem amor e tudo mais que há de belo

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O primeiro fim

Um pequeno texto com cara de final e jeito de começo.

Assim,
lembrando que todo fim
era, por consequência,
um começo de outra coisa
que ainda nem conhecia
(e nem podia conhecer,
porque nem começara),
o menino sorriu.

Ainda com os olhos ardendo,
ainda com medo,
ainda sofrendo,
ele sorriu...
E partiu,
com o sorriso encontrado no rosto
E a espera por um outro início
A balançar seu coração ousado
De menino pequeno e assustado.

Às tantas mãos



Minha mão nunca escreveu um único texto sozinha. Ela sempre conta com a ajuda de inúmeras outras mãos. Mãos que me foram estendidas, mãos que me deram tapas. Mãos acenadas à distância, mãos que afagaram minha face. Mãos que tocaram uma canção em outro país, mãos que escreveram um poema em outro século.. Tantas, inesgotáveis mãos que, sabendo ou não, vieram desaguar em um texto meu. Este texto que teci junto com elas, para elas agora ofereço.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Da Felicidade


Meu pai está feliz.
Ele sorri...
E todo o resto é pouco.

sábado, 25 de setembro de 2010

O Preço do Poema


Não sei quanto valerá meu poema
Nem mesmo sei se alguém pagará por estas linhas desastradas
Não sei quanto custará meu poema
Porque não sei qual é o preço da minha alma desnudada

Mas sei que esse tão simples poema
Arrancar da boca de quem o ler
Um sorriso, um sorriso que seja

Se esse pedaço do que sou
Inspirar um abraço quente
Ou o mais tímido carinho

Se isso acontecer,
sei que essa minha entrega
terá valido a pena...
E como, para mim, valerá esse poema!

Poema inventado para o homem que me ensinou a sonhar

Já não danço apoiada nos pés dele e ele já não canta para me fazer parar de chorar...
Já não durmo embalada por ele e ele já não inventa histórias para me ninar...
Já não sou tão pequenina quanto antes e, agora, ele não parece mais tão gigante...
Mas o mundo inteiro ainda é pequeno demais e todo o tempo desse mundo ainda é curto demais...
Para nossos sonhos: os meus e de meu pai.

Vontades

Acordei com o coração inquieto, agitado por mil vontades...

Vontade de ligar para quem eu tenho o número, mas nunca ligo. Jogar conversa fora, conversa dentro, jogar conversa onde puder... Perguntar como está a vida e, ao ouvir a outra pessoa falar, sorrir. Sorrir ao perceber que há tantos caminhos a minha frente que eu insisto em ignorar. Sorrir ao me dar conta que meu mundo não é o mundo inteiro. E que meu ponto de vista é, afinal, só mais um ponto de vista. E há tantas maneiras de se ver a mesma coisa, a mesma vida.

Vontade de olhar para quem amo como se nunca o tivesse olhado antes. De cima a baixo, de dentro para fora, de sorriso a sorriso, de forma a absorver cada traço que o faz tão único. E admirar, admirar a beleza de amar, admirar a beleza do "amor a cada vista".

"Vontade danada", como costuma falar Ismael, o menino levado, de desenhar da maneira que desenhava na infância: sem preocupação com a perspectiva, com as proporções do desenho. Vontade de desenhar, mas não para ser considerada uma boa desenhista... Desenhar só por desenhar, para me divertir como quando era criança. Eita saudade que traz vontades!

Vontade de acordar cedinho só para ver o sol nascer. Me encantar com o espetáculo e exclamar "Nossa! Isso é de graça!". E me lembrar que há muitas coisas nesse mundo sem preço. Estão ali para todos. E isso é lindo!

Vontade de sair à rua com um sorriso escancarado no rosto. E se me perguntarem o porquê de tanta alegria, responder: porque existe música e poesia! Porque eu posso escolher desenhar por desenhar, porque eu posso ligar para quem nunca ligo! Porque eu tenho escolhas! Porque eu posso olhar bem para quem amo e me reapaixonar todos os dias. Porque ver o sol nascer não custa nada... E ele nasce para todos!



Vontade: desejo que nasce assim, inesperado... E agita nossa alma inteira!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O amor para mim é um mistério...
É um mistério como ele arde na saudade e floresce na presença.
É um mistério como ele vence o tempo, o espaço, as diferenças... E até mesmo a furiosa vaidade humana!
O amor para mim é um mistério.
É um mistério como ele ata corações distintos de forma definitiva. É um mistério como ele apaga pequenezas e engrandece espíritos. Como ele modifica pensamentos... E une destinos.
O amor para mim é o maior mistério.
Maior que a morte, maior que a vida... Maior que a guerra, que o sofrimento...
O amor para mim é o mais belo mistério.
Porque ele agrega. Porque ele comove e move multidões. E não conhece condições.
É o mistério mais belo, porque não há necessidade de entendê-lo... Sente-se! Vive-se!
E é um mistério para mim, sobretudo, porque por mais dúvidas que traga, ele é a grande resposta... Sempre.


Foi te ver, pra ver no céu uma cor que nunca vira...

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O Hoje e o Sempre

Hoje eu só quero o brilho do olho
Hoje eu só quero a fome do beijo
Hoje eu só quero a força que tem um sorriso sincero

Hoje eu só quero saber da lua e de seus caprichos
Hoje eu só quero falar de amor e tudo mais que arde
Hoje eu só quero cantar: cantar o céu e a terra, cantar o hoje e o sempre, cantar a rotina e o nunca tentado

Hoje eu só quero ler um livro... E lembrar que há tanta coisa que existe e eu nem sequer desconfio.
Hoje eu só quero correr pra longe... E perceber que a minha maior amarra é esse medo que sinto.
Hoje eu só quero girar, abrir os braços e sentir o vento.

Hoje eu só quero comunicar a cada pedaço do meu corpo que estou viva
Hoje eu só quero plantar em cada rosto que puder a alegria
E hoje não quero saber quem bem me quer, quem mal me quer
Hoje todas as pétalas serão festa
E as flores desabrocharão pra todos
Porque hoje eu só quero celebrar.

domingo, 22 de agosto de 2010

E tudo muda enquanto dura.


O tempo passa e as coisas mudam - isso vale para tudo e para todos. Mas ficamos tão "aperriados" com a vida que só nos damos conta disso quando olhamos para trás... E vemos que a casa já não é como era antes, que a rua já não é como era antes, que o mundo já não é como era antes... Provavelmente não só a paisagem mudou, mas também seu olhar sobre ela mudou. O tempo passa, as coisas mudam e as pessoas... Como essas mudam!

Você percebe que o tempo passou quando assiste televisão
e sente falta de um programa que já não é exibido há anos...
Você repara que as coisas mudaram quando se queixa da "nova geração"
exatamente como antes se queixavam da sua.
Você se toca que o tempo passou quando liga o rádio
e as suas músicas favoritas tocam na sessão "flashback"...
Você vê que as coisas mudaram quando ri de seus problemas do passado.
Você sente que o tempo passou quando tem aquela ligeira impressão
de que a cidade está encolhendo...
Você se dá conta do quanto as coisas mudaram quando encontra um velho amigo seu e tudo que tem para ele é um sorriso todo sem jeito.
Você sabe que o tempo passou quando lê um texto seu de outrora
e as emoções expressas nele parecem ser de outra pessoa...
Você sabe como as coisas mudaram quando divaga sobre o tempo...
Como estou fazendo agora.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Epifania



Todas as risadas lhe pareceram canções...
E todas as canções lhe pareceram sorrir...
E todas as mágoas lhe pareceram fardos pesados...
E todas as ofensas lhe pareceram pura bobagem...
E toda a intolerância lhe pareceu ignorância...
E todo o conformismo lhe pareceu medo de se iludir...
E todas as decepções lhe pareceram ensinamentos...
E todos os inimigos lhe pareceram ter algo a ensinar...
E todas as rivalidades lhe pareceram inúteis...
E todo o ódio lhe pareceu infundado...
E toda demonstração de amor lhe pareceu necessária...
E todos os abraços lhe pareceram urgentes...
E todos os afagos lhe pareceram precisos...
E tudo que era preciso estava bem ali.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Confissões

Ensaio frases pra me declarar
Rabisco contos para te mostrar
- Te roubei um verso
Esqueci de contar...
Esqueci de contar
Que me entrego a teu contos
Quando quero te saborear.

Inspire fundo... E inspire-se!

De vez em quando a palavra foge do lápis, como o sorriso foge da cara, como o cantor foge do tom... E horas a fio pensando, pensando, virando a cabeça ao avesso não dá em nada... E é aí que a gente percebe que não se cata poemas como se cata feijões!
Rimas vazias? Não servem!
Uma dúzia de palavras bonitas? Também não!
Queremos mais. Queremos amor feito em verso, queremos fogo no refrão! Queremos sentir em prosa, texto tecendo paixão...
Eis o que se quer – nem mais, nem menos – sentimento!
Escrevi esse texto tentando não ter grandes pretensões, além, é claro, da inicial: a de tentar trazer a tal da inspiração!


Inspire-se...
Em quê?
Que tal... Em você?
Ou então em quem fez do teu eu, esse você?
Inspire-se...
Inspire-se em quem te inspirou a viver
E continua te inspirando.
Em teu pai – herói ou bandido?
Que tal ser humano – como eu, como você?
Inspire-se...
Em tua mãe acordada, sonolenta, mas velando teu sono...
Inspire-se...
Inspire-se nas palavras de apoio que recebeu quando mais era preciso
E também nos silêncios de apoio – igualmente necessários!
Inspire-se...
Inspire-se naquele homem que passa...
O quê? Você não o conhece?
Que seja! Ele vive e sofre e ama
e ri e chora e sonha
e planeja o fim de semana
assim como você!
Por que não se inspirar nele?
Inspire-se!
Inspire-se na canção que escutou naquele dia
e que até hoje ressoa em tua cabeça...
Inspire-se na pipa, quase viva, ganhando o céu
ou se preferir resgate em sua memória
o menino a manejando do chão...
Inspire-se nele, no que foi e no que em algum canto de ti
ainda é...
E sempre há de ser!
Inspire-se na criança que viu brincando,
tão parecida com você!
Mas sem brinquedos comprados em loja,
tão diferente de você!
Inspire-se no riso que ela deu
e na lágrima que você chorou...
Inspire-se naquele show!
Lembra? Sente de novo? A adrenalina, a alegria em tuas veias...
Poder encarar e encarnar o que antes sonhava...
Há tanto, afinal, a te inspirar!
Inspire-se naquelas palavras desencontradas...
Elas afinal não se juntaram em um belo poema?
Inspire-se naqueles sorrisos quase ao acaso...
Eles afinal não te tiraram do ocaso em que estava?
Inspire-se nos beijos de amor descontrolados...
Nas corridas desembestadas...
Nas alegrias desvendadas...
Em uma tarde qualquer...
Em um copo de suco de laranja...
Em uma bronca de velho ou em uma risada de criança.
Inspirar-se é desvendar, é descobrir, é despertar...
É encontrar...
Lá fora,
Aqui perto,
Ou aí onde você está!
O que resta?
Inspirar!
Inspire-se... E inspire.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Com você.


Aquilo que eu olhava, mas não ousava querer...
Eu desejei com você.
Aquilo que eu achava, mas não pensava em dizer...
Eu declarei com você.
Aquilo que eu temia e não me permitia fazer...
Tenho tentado - com você.
Aquilo que eu sentia, mas nunca parei pra escrever...
Esgoto em versos com você.
Aquilo que eu era e não me atrevia a ser...
Eu despertei com você.
Eu despertei com você!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Viva !

Corra, que as nuvens correm com você
Roda, que o mundo é roda a teu redor
Dança, que o tempo é curto e a noite é fria
Ria, há tanta coisa a se ver, a se viver!

A Esperança



Deixe entrar então essa bem-vinda estranha
Luz que invade o quarto pela fresta do teto, ao raiar o dia
Vela que insiste em queimar em meio à ventania
Sorriso de apoio nos lábios de quem se ama
A ousada e teimosa Esperança.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Ah! Aquela ali...



Você deve conhecer uma pessoa assim, provavelmente mais de uma... Aquela...
Que te ensina a importância de você ser quem é e de estar ali...
Que não te deixa simplesmente parar ou desistir...
Que te faz acreditar que você nasceu pra ser feliz...
Que te faz lembrar quem você é, mesmo quando você mesmo já se esqueceu...
Que te faz perceber que esperança e fé podem ser mais que palavras à toa, podem ser verdade...
Que você encontra em si mesmo, não importa onde ela esteja...
Que te compreende enquanto você faz um esforço imenso pra se entender...
Que respeita tuas palavras tolas e teu silêncio...
Que te apóia em sua euforia e em seu sofrimento...
Que, independente da circunstância, acredita e insiste em você...
Que te ama, não pelo que você tem, nem pelo que você faz por ela, mas por aquilo que você é...
Aquela que pode te irritar e pode até te magoar, mas acima de tudo te completa...
Sabe? Pode ser um familiar, um amigo, um amante, pode até mesmo ser um “mero conhecido” (embora alguém assim não mereça ser chamado de mero!)... Pode chamá-la de irmão, de próximo, de parceiro, de companheiro, de melhor amigo... Que seja! São só rótulos, delimitações. O que importa mesmo é que é aquela pessoa, ou melhor dizer, aquelas pessoas que fazem essa vida valer a pena. Sem elas, como eu seria pequena! São elas que engrandecem o dia, que dão sentido a cada minuto aqui. Com elas, por culpa delas e por amor a elas é que estou aqui. E a todas elas, meu muito obrigada e minhas palavras mais que gratas!

sábado, 3 de julho de 2010

Crença

Acreditar...
Mas em que acreditar?
Em quem acreditar?
Essas perguntas têm permeado essa minha estrada.
Por um “acaso” (se é que posso chamar de acaso algo que me parece tão acertado) nunca cheguei a ser batizada. E hoje vejo isso como uma benção: não estou comprometida com nenhuma crença da qual eu não compartilhe.
Mas a grande pergunta para mim é – de qual crença eu compartilho? O que é afinal crer em algo?
Hoje me perguntei várias vezes – será tão ruim assim acreditar no que se quer acreditar? Que mal trará? E que bem me trará?
Eu me pergunto muitas coisas. E encontro poucas respostas, quando as encontro.
Sei que acredito em algo maior. Só não sei o que é, que forma tem, como isso me afeta hoje e como me afetará depois. Não sei muitas coisas, olhando agora. Mas sinto muitas coisas. E isso tem uma grande importância para mim, aliás, isso é a única coisa que realmente importa para mim.
O sentimento. Nisso eu acredito, cegamente, no que sinto, no que sinto que os outros sentem. Acredito no amor. No amor que muda, que transforma. No amor que faz evoluir, que reforma. No amor que não se compreende, mas que faz compreender. Acredito no amor. Incondicionalmente.
E como disse o poeta – que o amor seja minha bandeira, a “bandeira de uma revolução branda”.
Em que acreditar? Volto a me perguntar.
Acredito na vida, nas suas infinitas possibilidades. No que sinto. Em todo sentimento que engrandece o ser humano. Acredito na mudança, na evolução e na revolução. Acredito, sobretudo, no sentimento mais sublime que já me tocou – o amor. Em toda a verdade que ele traz e na profunda força que ele tem.
Em quem acreditar? Eu me pergunto, mais uma vez.
Acredito em quem amo. Acredito em quem ama. Acredito no poeta. Acredito no poema. Acredito na música, na força das palavras. Acredito na melodia que alcança a alma. Acredito, acredito.
Não sei se esse texto desconexo faz algum sentido pra você. Mas ele que fez com que eu encontrasse algum sentido esta noite.

sábado, 26 de junho de 2010

Me guia.

Tudo começou em poesia
Tua procura, minha procura
Meu olhar cercou teus versos certo dia...

Antes parecia fantasia
Nossa busca, uma loucura
Nosso sonho, uma ousadia

Então tua vida encantou a minha
E mesmo sem que me olhasse,
O teu olhar me prendia

Até que nossos olhares se cruzaram
E nossos versos se encontraram
E nossos braços se encaixaram...

Hoje tudo em ti me traz poesia
Teu sorriso me completa
Nossos sonhos são meu guia.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Uma nova estação


Não por uma data. Nem por uma rima. Tampouco por um belo presente...
Eu te amo por uma história. A nossa história. Essa que escrevemos a cada dia.
Pela intensidade de quem você é. E de quem você me faz ser.
Obrigada! Pelo dia 12, pelo dia 13 e por tantos outros que foram, assim como pelos que virão.
Obrigada por essa nova estação, por essa nossa estação.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Fragmento de nós.


Meu coração oscilante, pequena vela queimando ao vento... Tudo ao nosso redor parecendo tão distante: a cortina, o calor, o tempo. E de alguma forma, de um jeito até difícil de explicar, ouvia tua voz ecoar, em cada batida do meu peito. Cada palavra era um pulsar, ressoava como um canto em cada recanto meu. E teu olhar, carícia em meu rosto, me iluminava inteira por dentro. E teu sorriso, ah teu sorriso! Fazia eterno aquele momento.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Deixa eu te falar...


Deixa o que eu sinto transbordar!
Deixa eu te dizer, explicitar...
Que teu sorriso me muda por dentro
Que o que você diz me faz repensar
Que com você o mais breve momento
Parece não ter sentido em acabar
Que teus versos completaram os meus
Que teus braços vieram me completar
Que eu achava que era inteira,
Até você vir para me inteirar.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

cada verso

 
risco cada verso no espelho,
risco cada verso por teu beijo.

terça-feira, 8 de junho de 2010

meu mundo


quando eu me perder, aos poucos,
na ousadia do teu sorriso, meu mundo estará completo.

segunda-feira, 7 de junho de 2010


Antes de ti, já escrevia poesia.
Mas depois que te encontrei passei a vivê-la, dia a dia.

domingo, 6 de junho de 2010

pedaço

 
o pedaço que sou, se completa contigo.
sou só metade sem os teus versos.

sábado, 5 de junho de 2010

Render-se!


E eu já me rendi.
Cada tolo verso meu já se rendeu.
O meu coração errante?
Esse há tempos se fez teu!
O meu corpo se rendeu.
O meu rosto se rendeu.
Meu olhos desconfiados se desarmaram
E se entregaram.
O meu olhar se deu, sem tentar pestanejar.
Minha boca se entregou,
Meu sorriso me entregou.
Os meus dias, as minhas noites se renderam...
Ao olho teu, ao peito teu, ao todo teu.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

as toalhas

nós nos declaramos nus em versos.
em cada sutil sussurro.
em cada beijo.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

quarta-feira, 2 de junho de 2010

confesso que...

quando penso em um verso...
ao escrevê-lo, grito o que eu sinto:

o meu amor, por você.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Bilhetinho

Te olhei.
E cada suspiro era um palpite.
Feito em pedaços,
era uma paixão.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Canso


...
Canso em teus braços as minhas tristezas.
As alegrias.
Meus dias de bom humor – e os de mau humor.
Canso do mundo,
Descanso em teus braços.
E durmo neles, cansado.
Canso. Mas muito mais descanso,
Em teus braços. Teus laços. Teu nó.


sábado, 15 de maio de 2010

Olho, vivo


Olho o homem que vem e que passa!
Olho o menino parando pra olhar!
Olho o garoto crescido crescendo!
Olho o tempo! Olho a rua envelhecendo!
Olho a mãe levando a vida!
Olho a vida levando a mãe!
Olho a rua, olha a lua!
Olho os pés cansados de andar!
Olho os olhos cansados de olhar!
Olho a curva!
Olho a jovem que se junta ao movimento!
Olho a mudança! Olho a andança! Olho a dança!
Olho o instante, olho o momento!
Olho a vida, finita, correndo!

Prece para meus versos.


Eu desejo...
Que meus versos possam trazer paz
Que meus versos possam ser bem mais
Mais que belas palavras reunidas...
Que meus versos possam trazer calma
E acima de tudo: que possuam alma
Que sejam minha própria alma, aberta, descarada
E que gritem, gritem à alma de quem os quiser ler
mas que eles também saibam falar baixinho,
Sussurar ao coração de quem os lê...
Que meus versos possam um dia ser abrigo
Para aqueles que um dia se fizeram meu abrigo
Para aqueles meus irmãos, pais e amigos
Os tantos que me fizeram e que me fazem
Os que me refazem sempre!
Que meus versos toquem fundo num desconhecido
Que meus versos sejam meu mais intocado domínio
E se por acaso não puderem ser tudo isso...
Que meus versos sejam, sempre
Só isso.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Sentenças Incertas...

Certas coisas não se compra
Certos homens não se vendem
Certos gostos não se perde
Certos sonhos não se rendem

Certos amigos não se davam
Certos amantes não se amavam
Em certas verdades não se acreditava
E certas certezas... Nunca se comprovaram

Certos foras não se esquece
Certas mensagens não se perdem
Certos disfarces não se estendem
Certos irmãos não se entendem

Certas canções não se toca
Certas pessoas não se mostram
Certas ofensas não se releva
E certas revelações... Nada revelam

Certos minutos não passam
Certos amigos não se largam
Certos sorrisos não se apagam
Certos amores nunca acabam

Certas histórias não se conta
Certos heróis não se destacam
Certas questões ninguém levanta
Certos visionários não enxergavam

Certos ladrões não se prende
Certas mentiras não se sente
Certas verdades não se calam
E certos sábios... Nunca discursaram

domingo, 9 de maio de 2010

Ser mãe

Ser mãe é ser entrega,
é entregar ao mundo, o que há de melhor: amor.
É ser amor incondicional
e ainda amar a condição de estar ali, incondicionalmente.

Cabe a mãe o acalanto de um abraço,
o calor de que precisa o filho - que necessita o mundo

Cabe a mãe o encargo mais profundo:
a beleza de criar um pedaço de si mesma,
e a grandeza de mostrar ao mundo
a força de um amor que não conhece medidas

Cabe a você, mãe Mônica, mostrar
que ''a medida de amar é amar sem medidas"

Ismael Alves & Beatrice Monteiro,
dedicado a "Teacher" Mônica de Góes que é a mãe dessa parceria.