domingo, 29 de janeiro de 2012

Sândalo

“O sândalo perfuma o machado que o feriu...”
(Legião Urbana, Mil pedaços)

Incendiaste o meu rio com sândalo.
Eu escutei o teu riso, longe.
Tive um susto...
Ferido a vaidade, corri pros teus sinais.

Próximo do rio,
Vi-te refletida nas águas.
(As minhas águas.)
Vi que estavas nua.

Balançavas as mãos, mansa.
Vinham as primeiras ondas
Oscilantes do centro em minha direção.
Senti medo.

Fugi.
Corri o mais longe que podia.
Vi-me perdido.
Até que veio à narina o cheiro do sândalo.

Deixei-me guiar.
E fui, passo a passo, ao teu encontro.
Desvencilhando de minhas roupas
Pra te encontrar.

Um comentário:

Beatrice Monteiro disse...

Perco-me em teus versos... Lindo texto! E verso perfeito este do Legião.