Meus vizinhos, conheci-os todos de relance.
Relance de alegrias, de perdas e amores...
Conheci-os em gritos, em gemidos, em risadas
que escapavam do outro lado do muro,
muito mais íntimos que os cumprimentos vazios
que trocávamos frente
ao portão...
Meus vizinhos, os próximos-distantes,
só os conheci por acaso,
por uma arbitrária convivência lado-a-lado.
Só os entendi pelo hábito
de, volta e meia, romper o muro
erguido entre nossas rotinas.
Meus vizinhos diariamente invadiam
minha vida com suas vidas,
adentravam minha casa com sua
festas, discussões e reformas,
mas de um jeito tão natural e
breve
que quase não me perdôo
por não ter mais que um
cumprimento vazio
a oferecer frente ao portão.
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