Achava aos quinze (aos dezesseis) que era mais velho do que eu realmente era.
Tolice. Nada se compara a esse amadurecer dos últimos dois anos. Empurrado
goela abaixo, sim, agora eu me sinto mais velho do que eu realmente sou. É como
diz meu querido HG (1) na canção “Segura a onda agora, Dorian Gray”: “Caralho,
como estou ficando velho!”.
Sair da
casa dos meus pais, casar, ter um filho, arrumar um emprego foram coisas que,
confesso, passavam pela minha cabeça como uma canção romântica do século
passado (com direto a clipe até). Sem direito a ensaio. Ninguém, com um
marca-passo, contou de um a três e disse “ação!”.
Mentiria para você se não
dissesse que a minha vida mudou radicalmente. Mas nada de “ladeira abaixo”.
Sequer pense algo assim. Ficaria irritado profundamente se pensasse nisso. Há
uma expressão melhor para a minha situação (embora a relação esteja apenas
clara pra mim): “110, 120, 160”. Acelerei demais, mas quer saber, o motor/o
amor/o provedor aguenta.
(Ismael Alves)
(1) HG é Humberto Gessinger.
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