sábado, 23 de março de 2013

De toda poesia que há em mim



É difícil precisar com toda a certeza
o que o meu coração sente.
Meu coração já não tem mais braça pra essa maré
e, com certeza, todo ato de fé é uma ação vã.

Da portinhola de minha casa
vejo um céu-grafite esmorecer em lágrimas.
Caem gotas na alameda de minha porta.
Mas não há ninguém, além de mim, são.

Aqui acolá,
alguém que não reconheço,
sôfrega ensopado.
E eu desato a rir de tal situação.

Fecho a portinhola.
Descalço as alparcatas.
Deito na cama.
Ligo a televisão.

E não há mais nada de interessante que eu me lembre de fazer depois.

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(Imagem: http://www.google.com.br/imgres?um=1&hl=pt-BR&biw=1366&bih=600&tbm=isch&tbnid=nmQP5POYjxPsCM:&imgrefurl=http://pt.gdefon.com/download/foto_chuva_vidro_janela_gotas_cor_bokeh_humor_foto/317515/2560x1660&docid=V0kVabL4f2iOsM&imgurl=http://st.gdefon.ru/wallpapers_original/wallpapers/317515_foto_dozhd_steklo_okno_kapli_cveta_boke_nastroenie_2560x1660_(www.GdeFon.ru).jpg&w=2560&h=1660&ei=dkNOUbOXEOP00gG51YG4Cw&zoom=1&ved=1t:3588,r:60,s:0,i:267&iact=rc&dur=1580&page=4&tbnh=171&tbnw=261&start=50&ndsp=21&tx=96&ty=77)

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