terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Nada é mais sexy que uma velha máquina de escrever...


O nome em si já é bem atraente. A palavra máquina traz uma certa importância consigo e o verbo no infinitivo acompanhando passa uma idéia de fantasia... Como se a máquina fosse de fato responsável pelo escrever.
A beleza para mim? Bem, é um pouco óbvia. Escrever para mim é um ato de amor. Olhando assim, minha primeira vez foi com a máquina de escrever... Estranho? A questão é que a máquina é a companheira perfeita para um escritor: rústica, manual, barulhenta e repleta de subjetividade.
Sim, eu lembro bem. Eu sentava em frente à velha máquina de escrever do meu pai, pondo folha após folha, escrevendo frases aleatórias. Era um deleite. Se eu fosse adolescente, teria sido erótico. Mas eu ainda era uma criança e aquilo me divertia de forma inocente. Fazia com que eu me sentisse importante. E aos poucos, no meu raciocínio doce de menina, eu fui percebendo que o simples ato de escrever aquelas bobagens preenchia algo em mim.
Tinha esquecido, até poucos minutos atrás, o que havia suscitado essa minha paixão por escrever. Agora lembro: foi ela, a velha máquina de escrever do meu pai. O nome usado deveria ser “máquina de fazer escrever”. Foi o que ela fez comigo.

2 comentários:

Beatrice Monteiro disse...

Lendo agora eu sou tão estranha o.O!!
Ahaha! Mas aí está: mais uma paixão minha que tem ligação direta com o meu pai... Que saudades da nossa velha "máquina de fazer escrever". Só eu sei quantas vezes eu escrevi meu nome com aquela jeringonça... *---*

Ismael Alves disse...

Esse texto da béa, foi o ponto de partida pro meu coração e pra minha admiração.
Sou super fã desse texto da béa.