sábado, 25 de setembro de 2010

Vontades

Acordei com o coração inquieto, agitado por mil vontades...

Vontade de ligar para quem eu tenho o número, mas nunca ligo. Jogar conversa fora, conversa dentro, jogar conversa onde puder... Perguntar como está a vida e, ao ouvir a outra pessoa falar, sorrir. Sorrir ao perceber que há tantos caminhos a minha frente que eu insisto em ignorar. Sorrir ao me dar conta que meu mundo não é o mundo inteiro. E que meu ponto de vista é, afinal, só mais um ponto de vista. E há tantas maneiras de se ver a mesma coisa, a mesma vida.

Vontade de olhar para quem amo como se nunca o tivesse olhado antes. De cima a baixo, de dentro para fora, de sorriso a sorriso, de forma a absorver cada traço que o faz tão único. E admirar, admirar a beleza de amar, admirar a beleza do "amor a cada vista".

"Vontade danada", como costuma falar Ismael, o menino levado, de desenhar da maneira que desenhava na infância: sem preocupação com a perspectiva, com as proporções do desenho. Vontade de desenhar, mas não para ser considerada uma boa desenhista... Desenhar só por desenhar, para me divertir como quando era criança. Eita saudade que traz vontades!

Vontade de acordar cedinho só para ver o sol nascer. Me encantar com o espetáculo e exclamar "Nossa! Isso é de graça!". E me lembrar que há muitas coisas nesse mundo sem preço. Estão ali para todos. E isso é lindo!

Vontade de sair à rua com um sorriso escancarado no rosto. E se me perguntarem o porquê de tanta alegria, responder: porque existe música e poesia! Porque eu posso escolher desenhar por desenhar, porque eu posso ligar para quem nunca ligo! Porque eu tenho escolhas! Porque eu posso olhar bem para quem amo e me reapaixonar todos os dias. Porque ver o sol nascer não custa nada... E ele nasce para todos!



Vontade: desejo que nasce assim, inesperado... E agita nossa alma inteira!

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