quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Mas quando ela dança...


O mundo ao redor se apaga
e tudo é corpo até a alma,
tudo é fúria até a calma,
tudo pulsa até o fim.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Aquele instante

"Eu sei você existe e um dia eu vou te achar
E nesse dia claro todas as vontades virão para te festejar"

(Renato Teixeira)


Quando te vi pela primeira vez era tarde. Era à tarde.
Mas não me pergunte mais nada...
Nada que não seja a sensação de conhecer-te os olhos,
sorriso, pele, calor...
Não me pergunte pelo mundo que adormeceu naquele instante.



domingo, 6 de novembro de 2011

De noite, as estrelas me contam segredos...

De noite, as estrelas me contam histórias
de amores que duram uma noite
de mágoas que gastam uma vida.


De noite, as estrelas me contam segredos
da esperança que nunca dorme
e do medo que adormece os homens.


De noite, as estrelas cantam baixinho
para acalentar corações...
Apura os ouvidos agora.
Se não conseguires dormir,
ouve o canto das constelações.


sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A bailarina (Texto Erótico)

Bailava nua em cima do palco. As luzes incendiavam seu corpo nu, destacando-lhe os traços mais quentes. Cegava-a também. Morena, dançava com os seus pés cálidos ao som de gritos... e vaias. É assim que vemos pela primeira vez nossa personagem.
O cheiro de cerveja quente que embriaga casa-se com o fedor que nos dá asco dos cigarros baratos. Ar carregado de gente podre marginalizada nas ruas de um bairro sem nome. É aqui que ela dança num palco imundo de baba, gozo e grana.
Nos primeiros movimentos, como os de uma bailarina, usa uma maquiagem de quinta na cara e púrpura no corpo. Lingerie preta com meias 3x4 que suam com o movimento quente de suas coxas roçando a libido de sua voraz sensualidade embevecida com vodka e perfume madeira xampu, e se perde, rasga e borra com seus atos.
Música alta ensurdecedora. Um odor de sexo, do seu sexo, que enlouquece homens e mulheres. Era o balé entorpecido de movimentos cálidos que lhe arrepiavam os poucos pêlos de sua tez castanha da qual os porcos não sentiam... – pensava.
Sabia que eles não eram capazes de se comover com o alento do instante. E esboçava um sorriso sarcástico, sincero e insano de seus dentes tortos, um tanto podres. A luz apaga. Tudo agora é barulho. Não posso dizer mais nada sobre ela.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Grito à tempestade

Vou sorrir do fundo da escuridão
Quem sabe, cair em tuas mãos
Quem sabe voar?

Vou chorar até não caber mais em mim
Até não haver mais um fim
Pra não mais chorar.

Eu quero é viajar,
deitada no chão do barco,
sem ver o que vem de lá,
mas balançando à dança do mar...

Eu quero é navegar
Minha força é minha promessa
Eu quero é ousar seguir...

Nenhum trovão vai abafar
a fé que arde em mim!


domingo, 28 de agosto de 2011

Todo universo


O amor me sorriu num verso
E todo universo sorriu num sorriso teu
O amor ecoou em teu canto
E todo encanto partia de tua poesia
Será o Céu o verso teu?
E teu poema um manto meu?
Responde... Me esconde do mundo em teus braços,
me mostra a esperança em teus passos,
me ajuda a viver e voar!
O amor me encontrou num verso
E todo universo encontrei no teu olhar.

sábado, 30 de julho de 2011

Minha sutil homenagem a “balada do louco”, da Rita Lee


Estava sentado numa cadeira, na festa na casa de um amigo, vendo os outros dançarem, rirem e se divertirem, quando me veio uma moça de prosa convidar-me para dançar uma música pop que tocava na hora. Fora um convite esquisito, pois ela não falara nada, apenas deu-me sua mão e um sorriso gentil que jamais esquecerei.
Aceitei seu convite e, tímido, fui para o meio da festa. Imaginemos que seja um salão, pois não portava traços de o ser. Não sabia dançar e, ao tentar imitar o cavalheiro ao lado, pisei-lhe os pés uma ou trinta vezes. Trinta é um número mais sincero. Logo, fiquei nervoso e muito mais tímido não pude olhar-lhe os olhos.
Era “uma música longa”, pensei comigo mesmo. Lembro de ter pensado várias vezes: “dançar deveria ser fácil, é só um pra cá, dois pra lá”. E muitas outras vezes pensei isso, “deveria ser tão fácil... deveria...”. O engraçado é que, eu me sentia bem ali. Não me importava com muita coisa na companhia dela.
Tudo tinha seus tons tão escuros, as pessoas rodavam a nossa volta ou nós rodávamos em voltas sobre elas, e zonzo, nem reparei que a música primeira havia acabado e que vieram muitas e muitas outras. Agora a música era meio country, uma música que eu tinha a impressão conhecê-la, mas não me lembrava na hora.
Depois de algum tempo, quando dei por mim, vi que estava sozinho naquela festa. A moça de quem lhes falei não existia. Não lhe vi o rosto, porque não existia. Nem corpo. Nem swing. Mas sua mão me parecera tão real. O convite me parecera tão sincero. Que eu só pude rir de mim mesmo. E ri.
Algum tempo depois, dias, talvez meses, o que me acontecera nessa festa, repetira-se. Foi agradável. Descobri que essa tão misteriosa companhia me fazia bem. Eu ria de algumas coisas que ela dizia. Não me lembro do sabor de sua voz ou manchas de sua pele. A verdade é que dela ou sei muito pouco ou nada sei. Mas, deixa pra lá, você não entenderia se eu lhe dissesse.
Aos poucos me tornei um rapaz mais feliz, mais estranho. Conversar sozinho deve ter contribuído para que os que me vissem na rua assim, nessa situação, rissem de mim e me chamassem de louco. Pessoas podem ser más, sabiam? Muitas vezes nem precisam existir motivos para ser. O fato é que, com o tempo, um tempo que eu nem vi, alguns amigos preocuparam-se com a minha situação, assim, uns me consolaram, outros me abandonaram e outros, abandonei.
Algumas vezes já me perguntei “por que não me deixam ser feliz assim...?”. Sabe, sou feliz. Sei que é loucura conversar sozinho, assim como é loucura vestir roupas coloridas pr’um velório. Mas é muito louco que eu sou feliz. Loucura seria não o ser. Não ser. Ser. Quanto a ela, ah!, ela vive rindo das minhas loucuras.

“Sim! Sou muito louca
Não vou me curar
Já não sou a única que encontrou a paz
Mas louco é quem me diz! E não é feliz!
Eu sou feliz!...”

(Trecho da Música)

terça-feira, 26 de julho de 2011

Busca



Lá vai, Maria...
Carregando suas feridas,
arrastando suas memórias,
sustentando o peso de seu próprio coração.

Nessa longa caminhada,
o que busca é um caminho... Pra seguir,
um destino pra acreditar...
O que busca é um motivo para nunca parar.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sós

Será que somos eu e tu ou nós?
Tanto faz se no fundo estamos sós...
Será que somos eu e tu ou nós?
Tanto faz se no fim estamos sós...

terça-feira, 5 de julho de 2011

Saudade

Acho que falar sobre o passado é algo complicado. Porque olhando agora, de “fora”, o que foi um pretérito imperfeito parece mais-que-perfeito... E é então que a saudade arde. Mas como já escreveu de forma simples e sábia o mestre Gonzaga:“Saudade inté que assim é bom pro cabra se convencer que é feliz sem saber”... Escrevi este texto cheia de lembranças e de saudades das risadas à toa, do corre-corre pela rua, do tempo de infância em que a gente sonha sem pressa e sem culpa.

As borboletas eram fadas esvoaçando no quintal...
Se tu usavas um vestido, era a princesa.
Acaso alguém brigasse, viajávamos
para além, muito além do conhecido...
Nossa rua ia dar no fim do mundo!
E para chegar à floresta, bastava pular o muro...
Nosso cavalo era feito de madeira...
Com ele alcançávamos o céu, tocávamos estrelas...
E era um sonho, a vida inteira.



segunda-feira, 4 de julho de 2011




Não sei dizer como meu sonho tomou corpo...
E olhos... E sorriso... E coração pulsando!
Mas digo que me tomou por inteiro:
O verso, o gesto e o fundo do meu peito...

Não sei contar quando a paixão fez sua morada,
nem explicar como ela fez mudar meu mundo...
Mas sei que desarmou minhas certezas
e desatou, no coração, a esperança.

sábado, 11 de junho de 2011

O girassol


Que a paixão
com tudo o que lhe é voraz
me carregue.
Consoante à paixão
que o teu calor, menininha morena,
em mim incendeia.
Somos incensos queimando por dentro.
Sou teu amante* queimando por dentro.
Louco por teu beijos. Eu,
Logo eu que te peço tão pouco.
Logo eu que te peço, se muito, o amor!
A mim, me perdoe.

? amante: que ama; que tem amor

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Mensagem



Guardo aqui dentro do peito tua risada doce
que me guarda da saudade que tua ausência traz...
Meu pensamento repassa tua voz serena, tua pele morena, teu beijo voraz.

sábado, 28 de maio de 2011

o movimento das cordas


O movimento das cordas.
O nylon.
Os dedos e
O corpo.

A melodia.
A madeira.
O braço e
A cabeça.

A razão.
O instinto.
A boca e
A melodia.

A “baticum” dos pés.
A batida.
O ritmo e
O coração.

A canção.
 

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Kilpatrick, estamos com você!!!

O caso Kilpatrick: uma questão que diz respeito a todos nós

Edwar de Alencar Castelo Branco Vice-Reitor da UFPI
Um irmão é maltratado e vocês olham para o outro lado?
Grita de dor o ferido e vocês ficam calados?
A violência faz a ronda e escolhe a vítima,
e vocês dizem: "a mim ela está poupando, vamos fingir que não estamos olhando".
Que espécie de gente é essa?
Quando campeia em uma cidade a injustiça,
é necessário que alguém se levante.
Não havendo quem se levante,
é preferível que em um grande incêndio,
toda cidade desapareça,
antes que a noite desça.
Lembrei-me de Brecht, autor do poema acima, pois foi ele quem me ensinou que a truculência intimidatória vai nos rondando de longe e, aos pouquinhos, aproxima-se de nós na direta proporção de nossa indiferença. Quando nos damos conta, somos tragados, submetidos, subjugados, irremediavelmente controlados.
Ontem, com a mais absoluta estupefação, a comunidade universitária tomou conhecimento de que o Diário Oficial da União estampava em uma de suas páginas, como se fora um ato rotineiro e regular, a exoneração do colega Kilpatrick Campelo dos quadros da UFPI. Insólito, inesperado, ressentido e ilegal, o acontecimento pretexta fazer algumas anotações:
1. Constitui grande equívoco considerar o professor em estágio probatório como um “quase funcionário”, investido nas obrigações do servidor público, mas sem o gozo dos direitos garantidos aos mesmos. Essa, aliás, é uma questão pacificada por diferentes instâncias do judiciário brasileiro e de modo especial pelo STF. Se ao servidor em estágio probatório cabe a obrigação da disciplina, da responsabilidade e da dedicação ao cargo público, à administração pública – no nosso caso a reitoria e suas extensões – cabe a obrigação de treinar e adaptar o servidor em imersão na instituição, “mediante observações e inspeções regulares” e não apenas ao final do triênio. As obrigações, assim como os direitos, são via de mão dupla.
2. A exoneração do colega Kilpatrick, a qual certamente será revertida, foi feita ao mais completo e absoluto arrepio da lei. Não me refiro nem discuto o processo de “avaliação” ao qual os colegas vêm sendo submetidos, nem questiono, nesse momento, o caráter monocrático e ilegal da portaria que regula a matéria na UFPI. Argumento com algo mais simples e acachapantemente indefensável: as súmulas 20 e 21 do Supremo Tribunal Federal, as quais tornam obrigatório “o processo administrativo, com ampla defesa, para demissão de funcionário admitido por concurso” e definem que o “funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido sem inquérito, com direito a ampla defesa e contraditório”.
3. O ato de exoneração do colega Kilpatrick referencia-se, exclusivamente, no processo de avaliação do seu estágio probatório. Afronta, portanto, os regramentos e a jurisprudência mais básica sobre a matéria, sendo plenamente nulo à luz da mais elementar legalidade.
4. Mas – é necessário dizer – não é suficiente apenas judicializarmos a questão. É preciso politizá-la. Nesse momento, centenas de colegas encontram-se em estágio probatório na UFPI. E aí cabe perguntar: o que deseja a administração superior da UFPI com a exoneração ilegal do nosso colega? Certamente não mira interesses republicanos. Sua mira, provavelmente, são estas centenas de colegas que poderiam amedrontrar-se diante de mais esse arroubo autoritário.
5. Mas, notem, eu disse “poderiam”. Como nos ensina Michel de Certeau, “é sempre bom não tomar os outros por idiotas”. As centenas de colegas em estágio probatório não se intimidarão e, pelo contrário, se tornarão mais fortes na direta proporção em que, à luz de ilegalidades tais como essa violência praticada contra o colega Kilpatrick, conhecerão seus direitos, falarão sobre eles, trocarão opiniões, se aproximarão das velhas gerações, tomarão, junto conosco, a UFPI em suas mãos.
Por fim, quero dizer que quando penso no professor Kilpatrick e na violência que contra ele foi praticada, eu enxergo, por trás de sua luta resistente, à sua mulher e à sua filha. Eu penso na aflição de sua família. E eu concluo que, embalado por Brecht, não devo ficar indiferente. Não vou ficar indiferente. Por DEUS, com DEUS, haveremos de derrocar e enxotar da UFPI experiências autoritárias tais como essa na qual estamos agora imersos. Quando isso tudo for apenas uma lembrança distante, quando for possível apagar da memória as atrocidades do reitorado mais violento e autoritário que a UFPI já teve, aí eu poderei voltar a não sentir vergonha e a me orgulhar da UFPI que é da gente! 
Amanhã, há de ser outro dia.
Edwar de Alencar Castelo Branco

sábado, 21 de maio de 2011

Ti tulo



Fido o teu cheiro amargo que nem café.
Fido à doçura, com teu batom, o embalar em riso.
Que incendeia flâmula viva ao que me é jocoso.
Ti tulo*.

*(tulo - léxico: aquele que se eleva).

O homem e a lua


O velho João encostou-se à janela para cumprimentar a lua... Como estava bonita! A meninada toda riu do gesto e um menino mais danado gritou: “O seu João tá louco! Agora fala com a lua!” A mãe o repreendeu: “Menino, que grosseria!”. Mas, de si para si, também ria. O velho, quieto, sorriu, um sorriso estranho que só ele mesmo entendia... Voltou para sua cadeira solitária e confessou: “Tenho peno dessa gente que nada escuta da lua”.

Sem pressa por um instante


Pousa tua mão sobre a minha

Sem pressa por um instante...

Você aparece lá em casa

E esquece de dizer “já vou”...

Entra na roda e sorri

Deixa a tristeza lá fora!

Perturba o sono das estrelas

Com tua alegria ruidosa!

Não, não me acorde!

Não me fale que é tarde!

A gente deita no chão

E se esquece que o instante passou...

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Aonde for


Menino levado,
vou contar-te um segredo que talvez já conheças:
tua esperança faz adormecer o medo.
Por isso esperas a manhã, ainda que custe a chegar...
Ela virá, vestida com suas promessas
como quando num dia bonito
ela enfim chegou... Com você.
Tua presença, de repente, veio erguer a velha crença
de que a vida ainda pode ser (e é) bonita,
de que não é tão mal assim acreditar...
Então, menino levado, leve essa confissão contigo:
por onde vou, voas comigo...
Tua alegria será minha graça aonde for.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Desde então, desde sempre...


Teu sorriso adentrou minha vida e cativou meus olhos...
E desde então sinto que é em teu sorriso que mora minha paz.
Desde então sinto que quando tu sorris, a vida sorri para mim.
Tuas mãos apertaram as minhas... E me senti tão vulnerável, mas ainda assim tão forte!
Senti-me entregue a um amor maior que meus maiores medos...
Senti-me entregue a teu amor e ao amor que despertaste em meu peito.
Meu coração desenha sonhos que nasceram graças a tua fé...
E de meu peito brotam versos que só fazem sentido porque sinto teu amor aqui dentro!
Ofereceste-me a graça mais nobre: a esperança!
E hoje percebo que era por ti que eu esperava...
Te aguardava e, sem saber, guardava para ti essas palavras:
Sinto que meu coração é e sempre foi teu!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Planos...


Vou correr sem rumo na chuva, dançar no meio da rua...
Fazer alguma loucura que me dê razão para sentir-me sã!
Vou te mandar a letra de alguma canção careta... Que sempre achei linda!
Esquecer desse medo de parecer boba... Para tentar a ousadia de ser quem sou, seja lá quem eu seja!
Vou bater na casa dela e confessar que sinto falta de bater na casa dela de repente...
Cometer algum ato maluco e impensado no qual eu penso sempre!
Vou pôr aquela faixa do cd que sempre pulo (sei lá por quê!)...
Vou visitar alguém que mora longe e dizer “Vim só pra te ver”...
Dançar como eu achar mais divertido... Cantar alto aquela canção da qual sempre esqueço a letra!
Fazer algo desnecessário... Que me seja indispensável!
Tentar uma aventura...
Voltar aquela rua e tentar andar de bicicleta... Levar uma queda! E me levantar, doída e sorrindo.
Vou mergulhar... Vencer o medo que me arranha e me faz estancar.
Vou gritar alto que te amo... Vou te ligar à meia-noite só pra sussurrar que te amo.
Vou me entregar. Se for para me ferir que seja sabendo que fui “até o fim”... “Vou até o fim”, como na canção.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Promessa


Menino levado, me leva nos braços de um verso, nas asas de um beijo...
Não tenho muito, mas prometo tudo do pouco que tenho:
meu sonho, minha prece, meus erros...
Meu canto desafinado, meu coração inteiro!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Por poesia


Então vem, amor, deita aqui perto de mim... Me abraça.
Me ajuda a desvendar a manhã que vem com suas promessas...
Deita aqui sobre meu colo, não tenha pressa em levantar... Descansa.
Faz despertar o sol em teu sorriso...
Aos poucos nossa tamanha paixão nos levanta, nos ergue até o céu...
Até onde os sonhos nascem.
Então vem, amor, me ensina que o amor é mais forte que o medo
E mais profundo que qualquer ciúme ou vaidade.
Vem, amor, que sem ti fico pela metade...
Me mostra que em teu peito cabe a imensidão do verso... Do universo!
Vem, amor...
Que toda dor parece morrer em teus braços
E todo amor parece nascer de teus olhos...
Como por milagre...
Como por poesia!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Aula


No início estava nervosa... Tão nervosa quanto na primeira vez que falei para a sala toda na escola... Tão nervosa quanto no meu primeiro seminário na universidade... Só não tão nervosa quanto no meu primeiro encontro com Ismael Alves (riso!). Muita pressão para meu coraçãozinho menino... Ver minha tia ali, prestando atenção no que eu dizia, anotando no caderno que trouxera... Minha tia! Aquela que é ao mesmo tempo um tanto mãe, um tanto ídolo... Que é um pedação de mim!
Mas outro sentimento foi se revelando, aos poucos, e vencendo o nervosismo: a vontade de conseguir passar aquilo para ela... E a felicidade que estar ali me proporcionava. E a cada pergunta que ela fazia, a cada resposta que ela me dava, a vontade de ensinar e a felicidade de poder ensinar aumentavam. E crescia em mim a certeza: sim, é isso que gosto de fazer, é isso que quero fazer!
Sim, poder vê-la exercitando, vencendo dificuldades, galgando etapas... Ah! Vai além do que eu possa escrever aqui – é maravilhoso! E sou grata a humildade dela em me deixar dar aula – eu que provavelmente, a seus olhos, nunca deixarei de ser a menina, a pequena que ela viu crescer. Admiro a disposição da minha tia... E agradeço.
Cada dia estou mais convencida da sabedoria das palavras de Cora Coralina:
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Poema



Me guarda bem, meu bem, nos teus abraços. É que tenho medo...
Tenho medo das coisas mais bobas, eu sei, mas quem não tem?

Me leva sempre que puder como o teu filho.
Canta desafinada uma canção de amor.

Desliga a TV e abre a garrafa de vinho.
Quer ajuda pra preparar o jantar?

Temos tanta coisa pra falar...
Você me conta como foi seu dia...

É que hoje eu descobri que a gente é passageiro nessa vida.
E que todo tempo é pouco quando a gente para pra pensar...

E pra dizer que ama.
E eu te amo, bem.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Sopro e vento. Um barco rumo...


Que o teu cheiro invada a minha casa. E que você,
ao entrar em minha vida, usurpe de mim todo o amor guardado em meu peito.
Pois meu amor, assim, desprevenido, cairá nu entre os teus braços
E os meus beijos estarão entregues aos teus.

Mas quando roubardes do meu primeiro beijo, meu bem, por favor, 

Não te apresses... E nem te desesperes: tenha toda a paciência do mundo.
Pois meu amor ainda precisa se sentir seguro pra se entregar pros teus ensejos.
Mas dos meus lábios, enfermos por teus beijos, ó, esses leve-os; beba-os.

E quando um dia vieres a libido seminua,
Não digas nada e até me impeça de dizê-los.
Desabotoa os botões da tua blusa pra que eu possa ver teus seios.
Desabotoa teu peito pra que eu possa ter teu coração.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Sonhos e Sol

Há uma casinha ardendo em sonhos e sol... Você a reconhecerá pela estante entulhada de livros, pelo violão no sofá e pela pilha de CD’s e DVD’s ao lado de uma pequena coleção de discos. O som do piano invade a sala, o terraço... Invade o coração sem pedir licença. E um violino em algum canto da casa arranha uma canção (antiga, mas sempre bela) de amor.
Nessa casa, há planos que ultrapassam o teto... Há um tantão de poesias deixadas na escrivaninha... E pela janela, ouve-se o som gostoso da risada das meninas.
Se um dia a gente se desencontrar, me procure por lá. Até quando meu peito suportar, vou te esperar. Vou te esperar.