Sofia apareceu-me de repente e do nada, como um sonho.
Pediu-me uma canção. Eu dei os únicos versos que tinha. Ela os fez vibrar em
uma melodia triste... Chorei ao escutar minha tristeza ressoando em sua voz.
Foi bonito. As pessoas que nos viam pensavam que éramos uma dupla... Creio que
éramos mais: éramos um corpo. Eu era o pensamento, ela, o gesto. Eu era a ideia
que ela fazia ação. Eu sonhava febril... E ela acordava, vibrante, meu sonhos. Eu
criava, ela erguia. Imaginava e ela vivia. Eu era o desejo, a vontade... E ela,
a melodia, esperando que a tocasse.
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