Há quem parta por querer ficar perto demais... De um jeito
que a distância, mesmo quando pequena, aperta o peito. Há quem parta por medo de ver o outro partir antes.
Há pessoas que partem aos poucos para não terem que partir
de repente... Vão-se primeiro na fala, depois nos olhos e depois partem de
corpo inteiro. Há quem prefira partir a ter seu coração partido.
A partida é mais presente em nossas vidas do que pensamos ou
do que desejamos que seja.
A dor do esquecimento é a dor da partida, quando o que foi
torna-se, definitivamente, o que nunca mais será. Crescer é um movimento de
partida: partimos de nós mesmos para nós mesmos, incessantemente.
Do riso da criança para as lágrimas do jovem inseguro... Das
responsabilidades do adulto à saudade do homem velho.
Partimos do início ao fim: do ventre para o mundo, do mundo
para o Desconhecido.
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