quinta-feira, 1 de março de 2012
Lembranças
Estávamos de um jeito que eu não
saberia definir se era próximo ou distante, unidos ou separados. Sabíamos que
aquilo era uma despedida, mas há muito a adiávamos. Toda minha esperança já
tinha desesperado e agora esperava a última palavra, sem saber como aceitá-la.
Ele me perguntou como seria dali para frente. Então narrei para ele o que eu
via: nossas lembranças que, de tão lindas, ainda não eram! Contei nossas histórias
“dos dias depois de amanhã”. As manhãs e noites que sonhava. E até sonhos que
nunca tinham me visitado, que surgiram naquele momento, brotando, crescendo,
querendo ser divididos. “Como eu pudia ter certeza de tudo isso?” Ele me
indagou. Toda minha certeza estava ali. Era o olhar dele, do qual eu
simplesmente não conseguia desviar. Era o aperto que me consumia o peito quando
pensava no fim. Poderia ser que essa certeza não fosse pra sempre. Mas era
naquele momento, tão forte e tão inegável que eu a sentia mais intensamente que
minha própria respiração. Eu sentia esta certeza pulsando comigo. Não havia
palavra para nomear aquilo. Então disse que sabia. Sim, eu sabia, e sentia que
nossas lembranças seriam ainda mais bonitas do que aquelas que eu imaginava.
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2 comentários:
Gostei muito, parabéns. ótimo texto ! (;
Muito lindo, cara!
asterisco _ asterisco
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