terça-feira, 10 de julho de 2012

Eu, verbo


No início era o verbo “Sou.”
Seco, irrefletido, sem explicação que lhe coubesse
Depois impuseram o verbo “És!”
E passei a enxergar-me à imagem e semelhança dos outros,
Sem compreender o limite entre o que eu “era” e o que “éramos”

O tempo gestou a incômoda pergunta “Serei?”
E percebi que essa indagação seria uma sombra enquanto eu fosse...
Hoje, pouco mais conformada, pouco menos sensata,
Já não questiono a pessoa ou os números do futuro
Caminho, entre arrependida e aliviada, para o inescapável e eterno “Foi...”

Um comentário:

José Luis Guimarães disse...

Sem dúvidas o texto do Exã mais filosófico que já li. Nos últimos tempos tenho gostado muito do que leio aqui Beatrice e Ismael. Continuemos nesse diário exercício de auto descoberta por meio da escrita.