segunda-feira, 12 de abril de 2010

Moço


Ele ainda é tão moço
Mas moço que é moço
É um poço...
Um poço sem fundo
De águas escuras
Um poço de glórias,
De falhas, de lutas...
De batalhas silenciosas
E vozes que ecoam
Que gritam, que gritam
Ao longe... Em seu íntimo

E ele ainda é tão moço
Mas antes de moço ele é gente
É gente que vive, que bole, que sente
É gente de carne, de osso e de mente
É gente de pele... De pele que arde
E na pele que arde, arde forte uma cor
E na cor que lhe arde, uma dor, um torpor
Um azar, uma sorte, uma história de amor

Mas ele, pobre sortudo, ainda é tão moço
E em sua condição de moço
Sabe ser bem mais que osso
Sabe ser bem mais que pele
E bem mais que a pouca carne
Todo moço sabe que é veia
Todo moço é coração
Moço é feito de batida
Moço é feito de emoção
Moço é sangue, sangue que corre
Doideira que mata e morre

Ele ainda é moço sim
Mas moço sabe ser menino
E a ser adulto, ele aprende
Ser moço então é ser incerto,
É ser espaço em aberto
É ser porém, confusão
É ser vai e vem
Moço é indefinição

Ah moço!
Moço bem que gosta de entoar uma canção...
Moço deita e rola quando estoura a tentação...
Moço, quase sempre, carrega em si uma paixão...
E moço, moço pleno, prefere andar na contra-mão!

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