sábado, 27 de março de 2010

Carta para o amor...


...
Meu bem,
Declaro-me apaixonado por teus versos.
E verso que o amor de teu peito é igual ao meu.
Nesses dias que passaram,
Penso nos dias que viram...
E me sinto feliz.
Feliz, como nunca fui antes.
Felicidade essa, que parece esquecida de medidas.
Menino levado sou eu, eu sei,
com pensamentos tão bobos.
Mas bobo eu sou, na medida do possível.
Feliz na condição de ser só teu.
Por fim, vim pra te confessar...
Quero lhe confessar que... te amo.
Amo-lhe com a intensidade de um verso, amor.  

Tua poesia


Tua poesia me inspira.
E não somente a que escreves...
A que transpiras!
A poesia tua de cada dia, recitada num "bom dia" ou em outra frase casual...
A poeisa que brinca, que ressoa no teu riso.
E aquela que teu olhar esconde, que meu olhar procura.
A poesia de teus olhos fechados... Um mistério.
Teus olhos abertos, sorrindo... Puro verso.

Tua poesia me encanta.
Poesia que sopras em um beijo. Ou falas baixo em meu ouvido.
Que me enlaça em um abraço quente ou em um meio sorriso.
Põe poesia em versos esquecidos. Histórias antigas, antigas risadas...
Versa encontros, desencontros, paz, brigas. Poetizas.
Tua poesia me inspira, ilumina.
E não somente aquela feita de palavras...
Não só aquela que escreves...
Mas a que tu mesmo és.

quinta-feira, 18 de março de 2010

De uma irmã caçula e coruja!

Queria usar este post para demonstrar um pouco da admiração que sinto e muitas vezes calo por alguém que me comove, que muitas vezes me irrita, mas que também me faz esquecer de tudo logo depois... Alguém que eu admiro por aquilo que é e não só pelo fato de carregar meu sangue e meu sobrenome. Meu irmão, Ciro do Nascimento Monteiro (o único de nós que tem "do" no nome.... O diferenciado! ahaha).
Hoje estava lendo textos do meu irmão e... Nossa! Levei um susto! Cadê aquele rapaz que perguntava minha opinião sobre suas poesias? É, agora eu sei porque ele não pede mais minha opinião. Agora ele é o mestre... u.u!! Sério, a poesia social do Ciro me impressiona e me faz pensar, sentir um pouco do sentimento dele ao pôr pra fora, em palavras, o que o fazia refletir.
Ciro como na música "anda pelo mundo prestando atenção em cores que não sabe o nome", mas acho que mais que cores, ele presta atenção em vidas. Vidas que as pessoas esquecem, fazem questão de não saber o nome. Essas andanças pelo mundo resultaram em vários (belos) textos. E aqui vou expôr aquele me tocou mais fundo:


"Lá longe, na paisagem da janela do ônibus, uma estradinha modesta esconde, um diversificado mundo de pessoas e sonhos. As faces risonhas, por vezes abatidas, marcadas pela grande ferida, que separa o povo da terra, lutam para permanecer nela, sozinhos ou unidos, ungidos de grande bravura, resistem na vida dura, tentando tirar dela a fartura prometida. Nunca subestimem uma estradinha de barro perdida no meio da estrada, ela pode levar a tantas casas, onde você poderia ter nascido, dado um 'chero' em sua mãe e um abraço no seu irmão. Nesse mundo são tantas estradas, que desembocam em tantos mundos, que guardam o segredo mais profundo, as mãos que matam a fome do mundo que acha que comida brota no supermercado. A essas mulheres e homens, crianças e velhos, os meus agradecimentos mais sinceros."

Quando um coração não se apaga...

Nenhuma outra estrela se apaga
A criança contínua, sorri
Os pés continuam na estrada

Quando um coração não se apaga
A flecha já não sai ferindo
O golpe já sai desistindo
O amor o orgulho não apaga

Quando um coração não se apaga
Acende no escuro uma vela
E dá coragem pra outros
Também acenderem suas velas

Quando um coração não se apaga
Acende no céu uma estrela
E dá coragem pra que outras
No céu apareçam acesas

Quando um coração não se apaga
A vida também não se apaga
A morte já não é tão triste
A morte desfaz, mas não apaga

Só os corações esquecem a esperança
Só os corações desistem deles mesmos
Mal sabem eles que conseguem ser mais fortes
Mais fortes até que eles mesmos


Desenho e texto da minha irmã, amiga e alegria, Ludmila Nascimento Monteiro, a Lulu! =)

terça-feira, 16 de março de 2010

A Montanha. Quimera sensação de liberdade.

   Sou fascinado pela música "A Montanha" da banda Engenheiros do Hawaii. Essa música têm me tocado desde a primeira vez que a ouvi, o que foi há mais ou menos - não tão exatos - cinco anos atrás.
   "A Montanha" me dá a sensação da liberdade no vôo. Essa idéia de voar, e apenas voar pra qualquer lugar no horizonte. "Sem final feliz ou infeliz" - palavras do próprio Gessinger, compositor da letra.
   A vontade danada que eu tenho nessas horas, é a de pegar o meu cartão de crédito, morena Beatrice, e fugir...

   ... para até onde desse pra ir.

   (Ah) Vontade danada a minha. Ismael

"Nem tão longe, impossível. Nem tão pouco lá!" (trecho da respectiva música)

Ao ouvir a tal canção...


Quando ouço esta canção
Lembro de você, de mim
E repito cada verso
Procurando te sentir

Quando toca esta canção
Lembro de você, de nós
Canto os versos com paixão
Te buscando em minha voz

Pequenos Pecados


Você é minha gula e eu devoro cada palavra sua...
Você é minha avareza e não divido nem o seu mais bobo sorriso...
Você é minha preguiça e eu descanso sobre tua pele macia...
Você é minha luxúria e teu toque faz com que eu esqueça de ser pura...
Você é minha inveja e eu bem que queria ser tua boca por um dia...
Você é minha ira e me irrita ser mais uma em tua vida...
Você é minha vaidade e teu amor faz com que eu ame de verdade...

Mundo


Estas línguas que te julgam...
Estes olhos que te cercam...
Estes gestos que te tragam...
Estas frases que te cegam...

Você me faz ser tão eu...

Você me faz ser tão eu
Quando me abraça
Você me faz fazer sentido
Você me faz ser tão eu
Quando me toca
Você desperta meus instintos
Você me faz ser tão eu
Quando me olha
Seus olhos verdes tão compridos
Você me faz ser tão eu
Quando sorri
O mundo inteiro é teu sorriso
Você me faz ser tão eu
Tão eu!

Intocável


E ele se estende, intocável
rasgando a pele que não sente
roubando os olhos que não vê

E ele sorri, impossível
e os lábios feridos de morte
doem mais que seu sorriso frio

É quase poeta, vazio
mas o som de sua voz cansada
está cravado em meus ouvidos

É mais que intento, maciço
indo além de meus desejos,
além de meus delírios

Soneto de Fé


A fé que move montanhas
é a mesma que me move?
Corre suave o tempo,
mas meu mundo ainda é jovem

Jovem é a paz que emudece
velhos momentos de dor
Quero acreditar no novo,
no amanhã que me esperou

Desconheço seus motivos
seus intentos
seus delírios

Mas aquilo que não vejo
eu completo
com o que sinto

Eu e os vinis


Nunca tinha parado para pensar, mas desde a infância me sinto atraída por discos de vinil... A simples lembrança deles me agrada. A superfície circular e a textura gostosa do vinil são coisas que, de forma curiosa, mexem com meu espírito.
Gosto deles... Tão grandes, quase inadequados numa era sintética como a nossa, largos. As dimensões de um disco de vinil nos incitam a segurá-los com as duas mãos, como se faz com aquilo que nos é precioso.
A capa... Ela é talvez a parte mais deliciosa do todo disco de vinil. Eu sinto vontade de colecioná-las, as capas. Parecem quadros, fotos grandes, nomes em letras garrafais.
E tem também a dubiedade da coisa... Lado A e lado B. Sempre escolhemos o nosso preferido. E essa parte, a história dos dois lados, nos leva a uma condição inerente aos vinis: o ritual particular de virá-los. É inexplicavelmente gratificante tanto de se ver quanto de fazer com as próprias mãos.
Para mim, eles cheiram a infância, cheiram a estante grande onde ficavam na minha casa. E ao mesmo tempo, transportam-me a uma época que nem pude viver.
Tocar num vinil, para mim, é como alcançar materialmente um passado que não me foi permitido. Que coisa! Parando para pensar, eu realmente amo os vinis!
Lembrei de algo agora... É sobre uma coisa que tenho uma certa vergonha de admitir, um sonho infrutífero de criança. Eu pensei em ser cantora. Quis mesmo. Mas agora posso ver: aquilo não refletia um desejo por estrelato, tão pouco um dom ou coisa do tipo... Eram os discos de vinil, eles, que tanto me influenciaram! Nada me daria mais prazer naquela época e talvez até hoje, que meu nome em letras garrafais, uma linda foto minha, eu na capa de um disco, lado A e lado B, meu.

Escrever:



Vontade. Volúpia. Vício. Vaidade...
Minha grande virtude? Não sei.
Minha grande verdade? Sem dúvida!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Porcelana. - ou Versos De Uma Prostituta

   As tardes caiam num suspiro. Numa mistura de sons e tons, que enamoravam as mulheres que se debruçavam nas janelas. Apaixonadas.
   Eram moças que sonhavam com um simples gesto de amor. – ou mesmo paixão. E não pediam muito. Queriam apenas ser amadas.
    Eram como rosas, que ao abrir suas pétalas, confessavam-se criminosas pelo simples fato de existir. E pecassem por ter sua beleza. Como se o amor fosse um pecado inafiançável de se ter. Ou viver.
    As vezes, lançavam-se. Laçavam-se apaixonadas entre abraços e nós. Como Julietas incompreendidas numa calça jeans. – e versos. Apaixonadas. Nuas. Cruas e amarrotadas. Como as canções de amor.
    Embriagavam-se com poesia. E não temiam a palavra romântico. Talvez até amassem mais a palavra do que o homem. Afinal, os homens vestiam-se imundos com as suas roupas, e iam embora. As palavras não. As palavras jamais as abandonariam. Pois não lhes tocavam a carne. Mas a alma.
    Quantos homens passaram pela noite? Elas não lembram. Quantos homens passaram pelas suas pernas? Elas querem esquecer. Já basta o primeiro. Que com um ar galante, lhes levou o que mais tinham de valor. A inocência.
    Elas eram amadas. Eram degustadas. Eram odiadas por todos. Um cuspe. Um vômito. Um aborto. Por onde quer que passassem. Mas eram apenas bonecas de porcelana. Que amavam. Que sonhavam. Que riam e que choravam. Mulheres, que amavam poesia.
    (...)
    As tardes caiam num suspiro. Num vai-e-vem de cores pinceladas por batom. Num misto de tons e suspiros. Que não negavam a vaidade. – ou a idade. E as moças? Viviam debruçadas. Cada uma em sua janela. Enamorada. Apaixonada.
    Eram prostitutas? Sim! E mais do que tudo, eram mulheres!

A Carta. A Garrafa. O Náufrago. ... e o Mar.

...

“E se podia ouvir o som do mar.

Mas eu queria ouvir a tua voz.

E se podia riscar a areia.

Mas eu queria riscar a tua pele.

– com as minhas mãos.

Podia-se até beijar várias damas.

Mas eu só queria beijar uma. Você!”

...

Escrevi esse poema para a Beatrice, antes de haver qualquer coisa entre nós. Vejo esse poema como uma declaração de amor. É uma declaração de amor.


A Valsa. - ou O Nome Do Anjo


Estávamos tão perto um do outro
que eu podia ouvir o seu coração batendo junto ao meu.
Eu sentia o cheiro do xampu em seus cabelos
e o cheiro do perfume em sua pele.
Eu era um barco a navegar num mar de sentimentos.
E era por ela que eu estava ali – embora eu não dissesse.
E era por ela que eu estava ali – embora ela não quisesse.
Como eu a queria... Como eu a queria... Embora fosse difícil contar
Que era por ela, e somente por ela, que eu estava ali.

A Maça


    O poeta encantou-se pelo nome do anjo. E meio sem jeito, pediu-lhe um beijo. Segurou suas mãos quentes contra as suas, e respirou todo ar que havia em vertigem. Sentiu o ar congelar seus pulmões – mas julgava  que ali havia alguma coragem; pois se via – ali – como o mocinho dos romances que escrevia.
   Estavam parados ali. – ali onde a vista alcança. E os seus olhos alcançavam os dela, com uma simples ternura. Era um Romeu e uma Julieta tão modernos quanto os de Shakespeare. E o silêncio entre dois me parecia eterno. E seduzia assim um coração. Que eu dançaria em voltas – dessa minha favorita.
   Todo colibri desejava um beijo. E o pouco néon incendiava seu rosto nu, como os primeiros raios de sol iluminam azul celeste na aurora – e suspira o cheiro de camomila no ar. E mesmo assim... assim mesmo... parecia se esconder em um véu.
   Deus guiava aquela valsa muda com o seu pincel. E o cristal em meu peito era o meu único peso e proteção. Uma árvore velha despia-se sobre nós com suas folhas secas. E o momento não nos fazia mais anjo e poeta; mas homem e mulher. E foi assim, por um breve momento – que valeria a pena.
   E num instante, o silêncio era uma lembrança. E as mãos dela sobre as minhas era saudade. E o seu beijo, era o paraíso e a maça. – que não provei. Num instante. Não mais que um instante.

domingo, 14 de março de 2010

Ana e O Poeta


    O telefone tocou. – uma. – duas. – três vezes. Ana atendeu. Ana atendeu e falou “oi”. Falei também.
    Quis falar algo, mas não o fiz. Pensei que não deveria. Pensei. E fiquei em silêncio.
    Olhei pro céu a penas. Apenas. Enquanto Ana falava baixinho alguma coisa que eu não entendia. Que eu não entendia.
    ...Bem queria.
    Quis fechar os olhos. – fechei. Queria imaginar Ana, ali, do outro lado da linha, falando ao telefone. – quis imaginá-la. O que será que pensava? O que será que vestia? O que será que dizia? – Nem sei.
    Veio-me a cuca o seu sorriso. Seus olhos. Seus cabelos escuros – compridos. Um pedaço do céu. Um mergulho no mar.
    Ana falava alguma coisa baixinho. Alguma coisa que eu não entendia. – eu bem queria. Eu bem queria. Eu bem queria falar algo.Eu bem queria a ela. Eu bem queria estar com ela.

   “Um beijo de boa-noite.”

Costura

A Felicidade Do Mundo


“Escreva um verso. Leia um verso. Recite um verso. Grite. – o importante é recitar.


Releia todos os livros que você leu até hoje. Sem exceção. – o importante é reciclar.


Cante uma música que você gosta muito. E se possível, cante o mais alto que você puder. – mesmo que você seja muito desafinada. – o importante é você cantar.


Veja o pôr-do-sol. E admire-o até o último vestígio de luz. – o importante é você ver.


Pegue todo o dinheiro que você tiver no bolso agora, e gaste-o. – o importante é você ser livre. – Por isso, pelo menos por hora, jogue os planos pro ar.


Compre pipoca, ligue pra todos os amigos, e pegue todos os filmes que você encontrar na locadora. Todos. Mesmo que você não assista nem metade deles. – o importante é você se divertir.


Toque a campainha da casa de alguém e corra. Ou ligue pros primeiros 8 números que você digitar e passe um trote. – o importante é você esquecer que as regras existem.


Abra a porta do guarda-roupa e vista a primeira peça de roupa que você encontrar. E se se sentir ridícula, apenas ria. Afinal, isso não acontece sempre, não é mesmo?


Descabele-se. Jogue tudo o que você não gostar pro lado. Corra até o espelho e grite: ‘EU NÃO DEVO NADA A NINGUÉM! HOJE NEM A MIM MESMA!’. – o importante é você se descontrolar.


No capítulo da novela de hoje, torça pro vilão. – o importante é você lembrar que todos são iguais. – e merecem as mesmas oportunidades.


Compre uma revista de palavras cruzadas, e as responda o mais rápido possível. – o importante é você lembrar que é capaz; e que você é quem controla as coisas. – até a sua vida.


Ligue pra aquele cara, e fala tudo o que você têm pra falar. - O importante é você lembrar que você têm sentimentos. – e eles te guiam, quer você queira ou não. E se for ligar pra mim – risos -, ligue até a meia noite. Porque eu tenho que dormir – risos.


E se, depois de tudo isso, você ainda tiver coragem... Vire a madrugada acordada. Espere até o dia amanhecer. E quando você ver os primeiros raios de sol, aí sim, durma. – o importante é você lembrar... que não importa o que aconteça... a sempre algum motivo para se viver.


... E sorrir."


P.S: Dedicado a uma possível amiga na época.


sábado, 13 de março de 2010

O Beijo. O Anjo da Morte


    O filho padecia nas mãos do pai. O pai debruçava-se em lágrimas. O filho, já não mais. Chegara a hora da partida e a dor da perca. E num último suspiro, o pai perdia o filho. Lágrimas. Urros. Dor. E um último... E um primeiro beijo.
    Aquela era a primeira vez que o filho sentia o beijo de sua mãe. Era a primeira vez também que podia ouvir sua voz e degustar do seu braço. E do seu amor.
    A mãe o embalou em seus braços e o apertou contra si. Havia calor em seus braços. Havia uma casa em seus braços. E o menino o sentiu. Devorava cada segundo como se fosse o último. Mas era um começo.
    Foi então que se deparou com o pai abstrato em sua frente. Dor. O pai sofria. O filho não. Agora não sentia dor. Agora não sentia. Bradou eloqüente isso. Mas seu pai não ouviu.
   Olhou para a mãe à procura de uma resposta. Silêncio. Foi então que entendeu... Que ela veio para buscá-lo. Ela era a morte. Tão amável como sempre imaginara sua mãe.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Em tua direção


... E agradeço por meu olhar distraído ter acertado ao te fitar
E ainda festejo minha ousadia destreinada que não pecou ao te abordar...
Sou feliz por cada conversa, gesto, poema e briga que me trouxeram a este lugar (a teu lado, em teus braços);
E refaria esse caminho, todos os passos novamente, um por um (e até tropeçaria mais uma vez se fosse o caso!) quantas vezes preciso... Para te encontrar, para te versar, para estar contigo.

quarta-feira, 3 de março de 2010

A Borboleta e o Verso


Descobri que as pessoas que
amamos são que nem versos
e que os versos são que nem borboletas
– num bater de asas.
Por isso, não posso aprisionar ninguém.
Ou me aprisionar.

Descobri que as pessoas vêm e vão.
E assim é que deve ser.

Todos devem ser livres.
Com o direito de ir ou vir se quiserem.
... e se voltar que voltem por amor.

Descobri que não se pode
aprisionar uma alma pra sempre.

E que as pessoas que amo
também podem amar outras pessoas. Devem amar.
E que amar ou ser amado por alguém
não me dá o direito de ser dono dela.

Descobri que durante toda a minha vida
terei que fazer escolhas.
E que, quer eu queira ou não,
terei que conviver com elas.
... Mas nenhuma dor será definitiva.
– a não ser que eu deixe.

Descobri que uma única palavra
pode machucar. – principalmente quem amo.

E machucar não significa ser forte.
Ser forte não significa estar seguro.
E estar seguro não significa ter paz.
Os meios nunca justificam os fins.
O ciúme não justifica um amor.

Descobri que não posso fingir
que não existe dor no poema.

E que há fome lá fora.
É questão de tempo até que
a violência bata na porta. E eu terei que abrir.

E posso até beijar mil mulheres. Cruzar mil pernas.

Mas descobri que só preciso de uma.

E o mais importante...
Descobri que alguns dias
serão mais longos do que outros.
Mas cada noite trará uma manhã
– embalada em seus braços.
E cada tarde trará um pôr-do-sol – pra mim.
Sei que o meu filho precisará de um pai.
Sei que o meu pai precisará de um filho.
E eu estarei aqui.